(des)Amor
Esse caminho é longo. Queres mesmo recomeçar?
Sentei-me e comecei a falar. Mas quem queria falar eras tu. Ou será que não me querias ouvir?
É verdade que nunca queres.
É verdade que só ouves o que existe na tua cabeça.
E esse caminho é longo.
Saudades...
Saudades de quê?
Fragmentos…
Porque não equacionas a hipótese de a minha vida não ser feita de fragmentos como os teus?
Qual é o teu problema com a linha contínua?
Qual é o teu problema com a certeza, se me odeias pela dúvida?
Os anos passam, o amor passa, mas o rancor não. Os grandes amores são feitos deste rancor interminável.
Os outros mais sossegados também só dão vidas, nunca dão histórias.
Não compreendes como é que eu posso dizer que te amei, se o beijei a ele.
Ao outro.
Desejaste os meus beijos, mas sempre muito guardados, embrulhados, e muitas vezes odiados, mas os beijos não ficam quietos.
Nunca ficam quietos.
Querem ser amados.
Já passa da meia-noite e tu repetes-me que não me queres ouvir.
Anuncio a minha partida, oiço a tua voz na minha que quer vir comigo.
Tento trazer de volta as memórias tão diluidas pela idade.
Esforço-me por relembrar e não entendo onde é que tudo começou mal.
Desconheço-te ontem e hoje, queria falar contigo, mas agora quero ir embora sózinha.
Esse caminho é longo. Queres mesmo recomeçar?
Sentei-me e comecei a falar. Mas quem queria falar eras tu. Ou será que não me querias ouvir?
É verdade que nunca queres.
É verdade que só ouves o que existe na tua cabeça.
E esse caminho é longo.
Saudades...
Saudades de quê?
Fragmentos…
Porque não equacionas a hipótese de a minha vida não ser feita de fragmentos como os teus?
Qual é o teu problema com a linha contínua?
Qual é o teu problema com a certeza, se me odeias pela dúvida?
Os anos passam, o amor passa, mas o rancor não. Os grandes amores são feitos deste rancor interminável.
Os outros mais sossegados também só dão vidas, nunca dão histórias.
Não compreendes como é que eu posso dizer que te amei, se o beijei a ele.
Ao outro.
Desejaste os meus beijos, mas sempre muito guardados, embrulhados, e muitas vezes odiados, mas os beijos não ficam quietos.
Nunca ficam quietos.
Querem ser amados.
Já passa da meia-noite e tu repetes-me que não me queres ouvir.
Anuncio a minha partida, oiço a tua voz na minha que quer vir comigo.
Tento trazer de volta as memórias tão diluidas pela idade.
Esforço-me por relembrar e não entendo onde é que tudo começou mal.
Desconheço-te ontem e hoje, queria falar contigo, mas agora quero ir embora sózinha.
Ilustração de João Rodrigues
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