segunda-feira, 13 de abril de 2009

Número 40 (2007)

Talento

- Reli alguns textos que escrevi e não gostei muito, acho os últimos mais interessantes que os primeiros. Os primeiros não estão muito bons.
- Pois! Eu só gostei do último que escreveste, acho que pela primeira vez disseste algo interessante! Finalmente passaste a outro nível espiritual.
- Ah...obrigada, hein! Ainda bem que me consideras agora, depois de dez anos de amizade, uma pessoa interessante. É bom saber que nunca é tarde para passar de nível!
- Tu própria o disseste! Não acho que escrevas muito bem. Não acho que sejas muito genial.
- Sim, posso não ser genial, nem quero ser, o meu objectivo é apenas reflectir. E tu? Achas que és algum génio da escrita? Se tu não és, como é que podes esperar isso dos outros?
- Pois..sei lá...mas o que eu escrevo é bom.
- Se tu achas... eu achei que algumas coisas foram boas, mas nem sempre se consegue fazer coisas óptimas, e tu também não és excepção, eu ao menos mantenho a modéstia e o espírito auto-crítico.
- Desculpa lá eu escrevo coisas boas, agora tu, tu própria chegaste à conclusão que não escreves nada de especial, e eu nunca achei os teus textos interessantes.
- Eu não cheguei à conclusão que não escrevo nada de especial, simplesmente disse que não gostei muito dos meus primeiros textos. Mas que coisa, será possível que continues a achar que és a unica pessoa evoluida no teu círculo de amigos? Este é daqueles momentos em que me fazes questionar porque raio ainda sou eu tua amiga? O que é que eu vejo em ti, para te considerar meu amigo? Fazes-me mesmo mal a auto-estima! Tu escreveste três ou quatro coisas na tua vida e já te achas bom, estupendo, até!, mas não continuas, não experimentas, falas sempre de computadores e do teu universo. Sabes o que é que tu és? Um Umbiguista!

(...)

- Vá...o jantar já está pronto. Queres que te sirva?
- Sim, obrigado.
- Então que tal?
- Pat! Tá óptimo!
- Não escrevo bem, mas cozinho bem!
- Foste tu que fizeste?
- Não...Foi a minha mãe..

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