quarta-feira, 6 de maio de 2009

Número 49 (2008)

Canção Portuguesa

Já encontrei as minhas 8 canções portuguesas de sempre.
Sei, finalmente que são estas.
Posso agora dizer que são as minhas músicas, como se tivessem sido escritas para mim.
Nas minhas Inquietações, calcorreando as ruas da minha Lisboa Menina e Moça, apasíonada pela vida e pelos outros. Onde tantas vezes desenho os meus passos de regresso à minha Casa Portuguesa, na Flor da minha juventude que caminha para alguma direcção que ainda não (re)conheço completamente.
Nas vezes em que encontro, sem prever, alguém no meu caminho que me é querido e isso me faz ter a certeza que é aqui que eu moro.
Olá. Cá Estamos Nós Outra Vez.
É Tão Bom!
Viva!


A partir deste momento, apodero-me delas.
Elas são minhas.
Mesmo não sendo.
Cantam quando quero, e entoam na rádio quando menos espero.
E sendo elas, finalmente, minhas, recorto-as e junto-as ao sabor das minhas emoções.

Olá
Sempre apanhaste o tal comboio?
Eu já perdi dois ou três
Cá estamos nós outra vez.


Vale a pena ver castelos no mar alto
Vale a pena dar o salto


Eu não ponho o barco ao mar
para ficar pelo caminho

Me dê a sua bochecha
para eu lhe pôr um beijinho


Quero reconhecer-te
e beber um café
dizer-te de onde venho
e perguntar-te porquê


yo te quiero en mi camiño
dois braços à minha espera
e por vos cambiaba mi destino


Quero reencontrar-te
e subir os degraus
quero dar-te um beijo
a cinquenta e tal graus.


No Bairro mais Alto dos sonhos
con mis lágrimas te quiero
me dê o seu sorriso
Pasión, sos mi amor sincero


Entregate a mis brazos
talvez agora dê
o passado foi à história
Cá estamos nós outra vez.

Amália Rodrigues, Uma Casa Portuguesa
A casa com que cresci na minha memória. A memória do que é ser português. A memória de que todo o emigrante precisa enquanto não regressa a Portugal.
Rodrigo Leão, Pasión
Tango Lusitano que abre um coração arrebatado pela paixão sofrida.
Maria João e Mário Laginha, Flor
A minha verdadeira e ideal história de amor.
JP Simões, Inquietação
Inquietudes do meu coração. Pela humanidade, pelas zangas, pelos amores e desamores meus.
Lisboa, Menina e Moça
O fado que carrega na sua poesia os recantos memoráveis desta cidade, que é minha, e de todos nós.
Sam the Kid, Viva!
Para que eu não perca nunca, esta admiração inata que sempre tive pelas pessoas que expressam coisas, que eu à partida não aprecio, mas que pontualmente conseguem chegar até mim e tirar-me o fôlego com tamanha sonoridade.
Sérgio Godinho, É Tão Bom
A canção da minha infância. Não sei se será a escolha mais justa de entre o portfolio imenso de Sérgio Godinho. Não há uma canção dele de que eu não goste. E esta, talvez não seja a melhor. Mas a infância vale ouro, e a minha escolha aponta para a lição que aprendi com esta canção, e que foi talvez a melhor de todas que trago até aos meus vinte e oito anos. A amizade.
Jorge Palma, Olá, cá estamos nós outra vez
Há sempre uma canção que "roubamos" a alguém que a descobre primeiro que nós...


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